Com a onda da ômicron, a covid-19 voltou a ser a principal causa de morte no Brasil. Em vários estados ainda não está definida a volta das aulas presenciais na rede pública, devido à piora da pandemia, que coloca em risco a vida de estudantes e trabalhadores em educação e ainda ameaça de infecção os familiares.

A vacina salva vidas, mas não evita a contaminação. Estima-se para meados de fevereiro, o pico de casos de covid-19 no Brasil, derivados da disseminação da ômicron. A ocupação de UTI está em crescimento, o que coloca o sistema de saúde em risco de colapso.

Estudo do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo apurou que, de 53 crianças e adolescentes de 8 a 18 anos que tiveram covid-19 sintomática, quase a metade manifestou sintomas persistentes. Entre estes, dor de cabeça, cansaço, dispnéia e dificuldade de concentração. Dores musculares e nas articulações, além de má qualidade do sono, também foram relacionadas. Desse total, 1/4 das crianças continua tendo pelo menos 1 dos sintomas após 3 meses.

Diante desse quadro aterrador, a Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino) conclama ao adiamento do início das aulas presenciais. É preciso evitar que a doença chegue nas pessoas, inclusive porque são desconhecidas as consequências posteriores na saúde dos contaminados. Exigimos a vacinação e o combate de forma científica e vigorosa dessa pandemia.

Desde o ano passado, a Contee defende a vacinação de crianças de 5 a 11 anos (veja aqui http://contee.org.br/nota-publica-em-defesa-da-vida-de-adultos-e-criancas/) e repudia o negacionismo criminoso do governo Bolsonaro, que protela a distribuição de vacinas e, na prática, sabota (ou tenta sabotar) o processo. Com isso, aumenta o número de crianças internadas e se espalha ainda mais a contaminação.

O desleixo do governo federal pode levar ao apagão nas escolas, por falta de professores e professoras e demais profissionais, devido à contaminação, além de colocar em risco a saúde e a vida de alunos, alunas e familiares. As famílias devem se sentir seguras com o retorno às aulas.

Diante disso, a Contee reafirma a necessidade de manutenção das medidas de distanciamento físico e de proteção individual. O “passaporte da vacina” deve ser obrigatório para acesso às escolas, inclusive para participação em atividades coletivas e eventos abertos ao público.

Não queremos que ninguém se contamine!

Não queremos apagão na educação!

Pelo adiamento da retomada das aulas presenciais para as faixas etárias que ainda não foram vacinadas!

Brasília, 26 de janeiro de 2022

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee