Responsáveis elaboraram uma carta de forma democrática para que decisão de voltar as aulas nas escolas não seja individual
Pais e responsáveis de alunos de uma escola particular de Rio das Ostras, em carta aberta, se posicionaram contra o retorno das atividades presenciais híbridas, previsto para a próxima segunda, dia 14. No texto, citaram as divergências que existem com a abertura das salas de aulas frente aos protocolos sanitários em relação à prevenção da contaminação da COVID-19.
Entre os diversos pontos, mães, pais e outros responsáveis assinalam que mesmo incluindo parte dos docentes no calendário de imunização, não estarão imunes, já que é preciso ter a duas doses para a segurança vacinal.
“Sendo assim, colocam em risco não apenas os professores, mas as famílias deles também e toda comunidade escolar, que abrange alunos e demais funcionários. A ideia de elaborar um documento e recolher assinaturas dos pais é uma forma de que seja uma decisão conjunta, que tem uma força
política capaz de transcender os muros de uma escola, somente. Quanto mais pessoas aderirem, mais a população se abre ao debate sobre o perigo desse retorno”, conta a mãe de uma aluna do 6 ano, Suenya Santos.
No documento, também reforçam o que a comunidade científica vem orientando exaustivamente, que, para diminuir a curva de infectados, é preciso manter o distanciamento social, o uso permanente de máscara e higienização regular das mãos. Estariam as escolas prontas para oferecer e fiscalizar estas questões mesmo de forma híbrida?
No texto, contam sobre o estado de greve que os professores já estão fazendo em Rio das Ostras para mostrar indignação frente a pressão do retorno, que expõe os profissionais da educação a uma doença que só no Brasil já matou quase meio milhão de pessoas.
Em outro trecho, a carta aponta a falta de preparo de atendimento psicossocial para todos os frequentadores do espaço escolar.
“Além dos riscos sanitários, há o desafio de um manejo psicossocial para as crianças, familiares, trabalhadores da educação, com esse complexo retorno híbrido, com parcela de crianças e adolescentes permanecendo no ensino remoto e outros no presencial, pois compreendemos que a educação não se limita à transmissão de conteúdos, envolvendo sociabilidade e processos coletivos de ensino, aprendizagem, construção de conhecimentos”, diz o texto.
Os pais também mostram que não há compreensão do porquê retornar com as aulas no dia 14 de junho se um mês depois acontece o recesso escolar de julho.
“O posicionamento destes pais causa um grande impacto nesta luta que não é só do Sinpro Macaé e dos professores, mas de toda sociedade. Sabemos que os responsáveis precisam voltar a seus postos de trabalho, mas têm que cobrar das esferas governamentais que criam políticas que mitigam o impacto econômico, preservado a vida dos brasileiros. As prefeituras publicam decretos a toda hora sem observar as normas cientificas. O lucro mais uma vez prevalecendo sob a vida”, relata Guilhermina Rocha.
O texto completo da carta você encontra aqui.
Carta responsáveis Mosaico