Para o Mec, o retorno das aulas presenciais é “necessidade urgente” mesmo com menos de 20% da população imunizada
O pronunciamento vazio do Ministro da Educação, Milton Ribeiro, que nada contribuiu para o setor de ensino, em cadeia nacional de rádio e televisão, deixou brasileiras e brasileiros ainda mais tensos diante da pior crise sanitária do século. Na noite desta terça, dia 20, ficou claro que o projeto de morte do governo Bolsonaro continua a todo vapor, quando declarou que o retorno das aulas presenciais é uma “necessidade urgente”. A fala do Ministro em nenhum momento levou em conta o alto número de mortes e pessoas infectadas.
“O Brasil não pode continuar com as escolas fechadas, gerando impactos negativos nesta e nas futuras gerações. Não devemos privar nossos filhos do aprendizado necessário para a formação acadêmica e profissional deles”, disse o ministro.
É notório e certo que a suspensão das aulas presenciais impactará na caminhada estudantil. Mas, em um país com dimensões continentais e de imensa diversidade cultural e regional, que interfere diretamente na educação, fazer um apelo pelo retorno presencial das aulas em todo o Brasil, ignorando os históricos e graves problemas estruturais das escolas, é mais uma tentativa de absolver este Governo dos crimes que vem cometendo na condução da pandemia.
Além disso, o Ministro omite que o número de casos de mortes, embora em queda por conta das vacinas que chegam a passos lentos, siga em níveis ainda muito altos. Só nas últimas 24 horas quase 1500 famílias perderam um ente querido para a Covid-19.
Em nenhum momento de seu pronunciamento, Milton Ribeiro levou em conta o baixo índice de imunizados no Brasil, que, hoje, não ultrapassa os 20%, o que mantém a população suscetível a transmissão e letalidade da doença.
Para a diretoria do Sinpro Macaé e Região, é muito claro a inabilidade do ministro que demonstra desconhecimento de suas atribuições e uma visão que contraria a legislação vigente sobre Educação. Assim, o MEC – que já está em seu terceiro ministro no governo Bolsonaro em dois anos e meio de mandato – continuará irrelevante, justamente no momento em que é mais necessário. Fato que não surpreende os brasileiros que vêm acompanhando um governo que banaliza a pandemia, entre outras barbaridades. Tudo “à imagem e semelhança” do Messias.
“Ninguém quer as escolas fechadas indefinidamente. Ninguém ignora os prejuízos pedagógicos decorrentes da suspensão das aulas dentro do espaço escolar, mas buscar o retorno presencial sem garantir as condições sanitárias é arriscar a vida de estudantes, profissionais e comunidades escolares”, afirma Guilhermina Rocha, presidente do Sinpro.
MUNICÍPIOS – A fala do Ministro Milton Ribeiro é a radiografia do que os municípios do interior estão vivendo. Desde o início, o Sinpro Macaé e Região vem pressionado prefeitos e solicitando o apoio do legislativos dos oitos municípios de sua área de abrangência para que apressem a imunização de toda a população.
Pela insistência da Diretoria do Sindicato, professoras e professores entraram, mesmo que um pouco tardiamente, para os grupos prioritários no calendário vacinal. Mas ainda é preciso incluir os educadores de cursos livres, idiomas e outros.
“Não podemos abrir agora. Estamos no meio de um recesso escolar. Até o final do ano temos a esperança de que 70% dos brasileiros estejam imunizados contra o coronavírus. Aí sim, retomaremos com todo empenho que o professorado tem e gosta”, concluiu Guilhermina.